10 de jul. de 2022

Show cover: Gabriel, o Pensador precisa aderir à essa moda em seus shows!

Acima os integrantes da principal banda cover do Metallica no Brasil

Os dias da semana sempre se apresentaram para mim de uma maneira confusa. O fim de semana é algo tão esperado que, ironicamente, faz do domingo o pior dia da semana, pois representa que o fim de semana está acabando. O sábado, por sua vez, indica que o domingo está se aproximando e a tristeza do começo do fim do fim de semana (ok, isso ficou confuso) já começa no próprio sábado. Desse modo, a sexta-feira se torna o único dia do fim de semana que presta, mesmo a sexta-feira não sendo parte do fim de semana.

Tendo a sexta-feira com o único dia da semana para aproveitar a vida, resolvo procurar por um show de rock na cidade para assistir homens de idade avançada com tatuagens apagadas pelo tempo usando all-star e sem fôlego para cantar já na terceira música. Estava precisando me animar e nada melhor do que ver alguém numa situação pior que a sua.

Busco por shows nas redes sociais das principais casas da cidade e me deparo com uma situação curiosa: todos os shows que iam acontecer eram covers, nenhum show autoral. As apresentações eram todas intituladas “Tributo a...” e o nome da banda/cantor. Pergunto, qual o sentido em fazer um tributo ao Gabriel, o Pensador? Ele parou a carreira e o show é uma grande comemoração? Ir a um show cover do Gabriel, o Pensador é um perigo, as pessoas vão aprender as letras das canções e reproduzi-las por aí, adiando o tão sonhado ostracismo de Cachimbo da Paz.

Se esse momento de shows covers vai crescer e se estabelecer, então que ele chegue ao Gabriel, o Pensador e ele resolva fazer do show dele um tributo a outra banda, dando um alívio ao seu público o tormento que seria pagar para ouvir duas horas de rimas poéticas.

Voltando à minha saga, opto por ficar em casa, já que um show cover nada mais é que um karaokê com a nota zero recorrente no final de cada música. Como eu não estava disposto a ouvir pessoas que pararam no tempo se passando por Renato Russo ou Axl Rose, eu mesmo decido ser músico em meus aposentos e exerço a dificílima função de um DJ. Coloco um pen drive no meu computador e escuto as bandas autorais que surgiram nos últimos anos. De imediato entendo o que se passa na cabeça de quem tem o Thunderbird como referência e saio correndo de casa atrás de um show tributo.

Viva as bandas covers e a sua falta de coragem (ou talento) para criar algo próprio.

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