Acima os integrantes da principal banda cover do Metallica no Brasil |
Tendo a sexta-feira com o único
dia da semana para aproveitar a vida, resolvo procurar por um show de rock na
cidade para assistir homens de idade avançada com tatuagens apagadas pelo tempo
usando all-star e sem fôlego para cantar já na terceira música. Estava
precisando me animar e nada melhor do que ver alguém numa situação pior que a
sua.
Busco por shows nas redes sociais
das principais casas da cidade e me deparo com uma situação curiosa: todos os
shows que iam acontecer eram covers, nenhum show autoral. As apresentações eram
todas intituladas “Tributo a...” e o nome da banda/cantor. Pergunto, qual o
sentido em fazer um tributo ao Gabriel, o Pensador? Ele parou a carreira e o
show é uma grande comemoração? Ir a um show cover do Gabriel, o Pensador é um
perigo, as pessoas vão aprender as letras das canções e reproduzi-las por aí,
adiando o tão sonhado ostracismo de Cachimbo da Paz.
Se esse momento de shows covers
vai crescer e se estabelecer, então que ele chegue ao Gabriel, o Pensador e ele
resolva fazer do show dele um tributo a outra banda, dando um alívio ao seu
público o tormento que seria pagar para ouvir duas horas de rimas poéticas.
Voltando à minha saga, opto por
ficar em casa, já que um show cover nada mais é que um karaokê com a nota zero
recorrente no final de cada música. Como eu não estava disposto a ouvir pessoas
que pararam no tempo se passando por Renato Russo ou Axl Rose, eu mesmo decido
ser músico em meus aposentos e exerço a dificílima função de um DJ. Coloco um pen drive no
meu computador e escuto as bandas autorais que surgiram nos últimos anos. De
imediato entendo o que se passa na cabeça de quem tem o Thunderbird como
referência e saio correndo de casa atrás de um show tributo.
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