2 de jul. de 2022

Marvel, não queremos um herói brasileiro que rouba, queremos ficção!

 

Mancha Solar: o herói brasileiro que tinha o poder de roubar

Você já ouviu falar em Roberto da Costa? Não, não é o porteiro do seu prédio. Não, não é o nome de batismo da Gal Costa. Não, não é... ok, pare de tentar adivinhar. Roberto da Costa, carioca, é filho do milionário Emmanuel da Costa e possui um alter-ego chamado Mancha Solar. Sim, estamos falando de um herói brasileiro da Marvel, mais precisamente um mutante que foi aluno do Prof. Xavier na Escola Xavier para Jovens Superdotados. Sua primeira aparição ocorreu em novembro de 1982, onde apresentou ao público seus principais poderes: a absorção da energia solar (roubo, como bom carioca) e transformação dessa energia em força sobre-humana, voo e radiação ultravioleta. Resumindo, ele fazia um gato do sol, se apropriando de uma energia que ele não tem direito algum sobre.

O herói chegou a fazer uma aparição no filme X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, sendo interpretado pelo mexicano Adan Canto. E aí eu te pergunto, caro leitor, você está satisfeito com a existência de apenas um herói brasileiro de destaque no catálogo da Marvel e sendo ainda interpretado por um mexicano? Será que eles tão vingando a comunidade mexicana por a gente ter feito algo similar colocando Nutella no burrito? Se desde 1982, há exatos 40 anos, não surge um herói brasileiro aclamado, temos que investigar o que aconteceu de lá para cá. Será que eles viram que Sérgio Mallandro foi um príncipe e pensaram que qualquer idiota então pode virar herói e por isso desistiram?

Muitas são as hipóteses do real motivo da Marvel não criar um herói brasileiro que atue em nosso solo. Uma possibilidade é que a Marvel concluiu que ela cria apenas heróis e não santos milagreiros. Para resolver a situação do país, talvez Morgan Freeman, como Todo Poderoso, fosse a melhor indicação. Outro ponto é que os gastos do herói seriam grandes, o que afastaria um possível interesse da Marvel na produção. Com o real desvalorizado, possivelmente o herói ia ter que abrir um Only Fans para complementar a renda e fazer publis ao lado do Kid Bengala, que apesar de ter nome de herói, é apenas um senhor de idade chamado Clóvis.

Uma questão que foi ventilada, é o possível equívoco da Marvel em achar que aqui ela encontraria uma forte concorrência em relação ao mercado de heróis. Não se iluda, dona Marvel. Enquanto o Capitão América defende a sua pátria, aqui temos o oposto. Trata-se de um capitão que faz cosplay de presidente, tem uma arma mortal chamada cloroquina e um exército de robôs que dissemina suas informações extraídas de uma fonte segura chamada Wikipédia. Ok, alguns o chamam de Dr. Estranho e querem, até com uma certa urgência, que sua esposa interprete a Viúva Negra. Mas acredite, não são heróis. Na família você vai até encontrar alguns membros que gostam de brincar de herói, como seus filhos. Eles possuem uma grande inspiração no Quarteto Fantástico e nós os chamamos assim: Sr. Fantástico em falar merda, Laranja-invisível, Tocha nem tão humana e o Coisa, que não precisou de alteração no apelido, pois caiu como uma luva. Ah, e também existe um vilão, chamado COVID-19, que não foi combatido e agora é um aliado desse grupo.

Apesar disso, nós não temos heróis, cara Marvel. E a necessidade é grande, chegando ao ponto até de considerarmos um mendigo um herói só por ter praticado um ato libidinoso com uma moça. Corremos o sério risco de nascer um filme inspirado no mendigo e, pior ainda, protagonizado pelo Thiago Fragoso.

Portanto, Marvel Entertainment, Inc., esta nação clama por um herói brasileiro. Inspirações com certeza não faltam. Aqui, a gente sobrevive a uma poluição sonora que emite um barulho semelhante a “fora da casinha”, tomamos um gole de cerveja a cada dez minutos só pra dizer que o copo Stanley é útil e frequentamos academia somente por 5 minutos diários, tempo suficiente para postar nos stories.

Sugiro que vocês, criadores de conteúdo da Marvel, abram o seu coração e vejam o Brasil não só como uma terra governada por um homem que acha que Jesus seria fuzileiro naval nos dias de hoje, mas como um lugar em que advogados, médicos e presidenciáveis estão fazendo uma reparação histórica ao terem que dançar no Tik Tok para promoverem seus trabalhos. Venha, herói brasileiro, e não abra um podcast. Crie a sua jornada, porque a luta não vai ser fácil.

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