Mancha Solar: o herói brasileiro que tinha o poder de roubar |
Você já ouviu falar em Roberto da
Costa? Não, não é o porteiro do seu
prédio. Não, não é o nome de batismo da Gal Costa. Não, não é... ok, pare de tentar adivinhar. Roberto da Costa, carioca,
é filho do milionário Emmanuel da Costa e possui um alter-ego chamado Mancha
Solar. Sim, estamos falando de um herói brasileiro da Marvel, mais precisamente
um mutante que foi aluno do Prof. Xavier na Escola Xavier para Jovens
Superdotados. Sua primeira aparição ocorreu em novembro de 1982, onde apresentou
ao público seus principais poderes: a absorção da energia solar (roubo, como
bom carioca) e transformação dessa energia em força sobre-humana, voo e
radiação ultravioleta. Resumindo, ele fazia um gato do sol, se apropriando de
uma energia que ele não tem direito algum sobre.
O herói chegou a fazer uma
aparição no filme X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, sendo interpretado pelo
mexicano Adan Canto. E aí eu te pergunto, caro leitor, você está satisfeito com
a existência de apenas um herói brasileiro de destaque no catálogo da Marvel e
sendo ainda interpretado por um mexicano? Será que eles tão vingando a
comunidade mexicana por a gente ter feito algo similar colocando Nutella no burrito?
Se desde 1982, há exatos 40 anos, não surge um herói brasileiro aclamado, temos
que investigar o que aconteceu de lá para cá. Será que eles viram que Sérgio
Mallandro foi um príncipe e pensaram que qualquer idiota então pode virar herói
e por isso desistiram?
Muitas são as hipóteses do real
motivo da Marvel não criar um herói brasileiro que atue em nosso solo. Uma
possibilidade é que a Marvel concluiu que ela cria apenas heróis e não santos
milagreiros. Para resolver a situação do país, talvez Morgan Freeman, como Todo
Poderoso, fosse a melhor indicação. Outro ponto é que os gastos do herói seriam
grandes, o que afastaria um possível interesse da Marvel na produção. Com o
real desvalorizado, possivelmente o herói ia ter que abrir um Only Fans para
complementar a renda e fazer publis ao lado do Kid Bengala, que apesar de ter
nome de herói, é apenas um senhor de idade chamado Clóvis.
Uma questão que foi ventilada, é
o possível equívoco da Marvel em achar que aqui ela encontraria uma forte
concorrência em relação ao mercado de heróis. Não se iluda, dona Marvel. Enquanto
o Capitão América defende a sua pátria, aqui temos o oposto. Trata-se de um
capitão que faz cosplay de presidente, tem uma arma mortal chamada
cloroquina e um exército de robôs que dissemina suas informações extraídas de
uma fonte segura chamada Wikipédia. Ok, alguns o chamam de Dr. Estranho e querem,
até com uma certa urgência, que sua esposa interprete a Viúva Negra. Mas
acredite, não são heróis. Na família você vai até encontrar alguns membros que gostam
de brincar de herói, como seus filhos. Eles possuem uma grande inspiração no
Quarteto Fantástico e nós os chamamos assim: Sr. Fantástico em falar merda,
Laranja-invisível, Tocha nem tão humana e o Coisa, que não precisou de
alteração no apelido, pois caiu como uma luva. Ah, e também existe um vilão,
chamado COVID-19, que não foi combatido e agora é um aliado desse grupo.
Apesar disso, nós não temos heróis,
cara Marvel. E a necessidade é grande, chegando ao ponto até de considerarmos
um mendigo um herói só por ter praticado um ato libidinoso com uma moça. Corremos
o sério risco de nascer um filme inspirado no mendigo e, pior ainda,
protagonizado pelo Thiago Fragoso.
Portanto, Marvel Entertainment,
Inc., esta nação clama por um herói brasileiro. Inspirações com certeza não
faltam. Aqui, a gente sobrevive a uma poluição sonora que emite um barulho
semelhante a “fora da casinha”, tomamos um gole de cerveja a cada dez minutos
só pra dizer que o copo Stanley é útil e frequentamos academia somente por 5
minutos diários, tempo suficiente para postar nos stories.
Sugiro que vocês, criadores de conteúdo da Marvel, abram o seu coração e vejam o Brasil não só como uma terra governada por um homem que acha que Jesus seria fuzileiro naval nos dias de hoje, mas como um lugar em que advogados, médicos e presidenciáveis estão fazendo uma reparação histórica ao terem que dançar no Tik Tok para promoverem seus trabalhos. Venha, herói brasileiro, e não abra um podcast. Crie a sua jornada, porque a luta não vai ser fácil.
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