6 de jul. de 2022

Brasil, vamos investir em professores de Tik Tok, geofrafia não vai ensinar nenhuma coreografia!

Logo da empresa onde os jovens mais buscam trabalhar atualmente

Um assunto que tomou conta da internet por 15 minutos foi a fatura do cartão de crédito da (procurar a profissão dela na internet, não esquecer) Gabi Brandt no valor de R$ 377 mil. Diante de tamanha quantia, surgiu uma preocupação aos meus olhos. Não com o pagamento da conta, pois com um post a (procurar a profissão dela na internet, não esquecer) não só paga a fatura como custeia harmonizações faciais para a família inteira, mas sim com o futuro da classe trabalhadora das próximas gerações.

Os jovens estão cada vez mais dispostos a serem profissionais de aplicativo, vulgo tik tokers, buscando trabalhar com coisas que para a maioria da população, por muito tempo, era apenas um churrasco na casa do amigo Sandrinho. Pudera, a tentação é grande, afinal, trabalha-se alguns dias no ano e o restante você pode aproveitar e viajar para às Maldivas com a frequência que o Pedro Scooby viaja para às cavidades de um mundo paralelo que jamais foram acessadas.

Preocupado com o futuro da pátria, onde todos estão obstinados a trabalhar com Tik Tok, creio na iminente necessidade de alterar as bases escolares. Afinal, quem vai querer ser professor de geografia e ensinar às nossas crianças sobre restinga e tundra? Pois bem, já que vamos ter uma geração composta por tik tokers, vamos investir nisso! Precisamos de modificar a grade curricular do ensino fundamental e substituir disciplinas como história, ciências e matemática por React I e II, Danças Brasileiras, Danças Internacionais e Introdução às Pegadinhas. Formar um tik toker profissional vai movimentar muito mais a economia do que formar um arquivologista.

Outra discussão necessária nesta altura do campeonato é sobre quando dormir vai ser uma profissão regularizada. Se atualmente o trabalho formal implica em uma jornada de 8h diárias, por que as 8h diárias de sono recomendada pela OMS não podem ser aproveitadas para preencher essa obrigação trabalhista? A gente liberaria as 8h do trabalho formal para outras atividades e, assim, poderíamos sentir o gostinho de como é ser da família Picón.

Pelo direito de todos poderem fazer das suas atividades de lazer uma profissão! Todo mundo quer se divertir trabalhando. Ninguém tira o fim de semana para levar a família para passear no fórum ou para sair com a namorada em uma ida ao escritório e preencher umas planilhas no Excel. CLT já para o tik toker!

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