14 de ago. de 2022

Batalha de Lip Sync nos debates formará melhores eleitores!

O futuro do Brasil passa pelas mãos dele!

Debates em sua essência são chatos. Neles, temos a péssima surpresa em descobrir que existem mais de três candidatos à presidência. Sempre tem um pastor que prega a bíblia em uma das mãos e arma na outra, um rapaz – o único sem terno e gravata – contestando o patrimônio dos seus oponentes e falando que não enriqueceu na política e tem apenas um Palio Weekend em seu nome, além de uma ex-professora que anda de bicicleta elétrica para resolver os problemas do meio ambiente, segurança pública, corrupção e da reforma previdenciária.

A dinâmica do evento também não favorece muito. Na verdade, não sei se é a dinâmica ou a capacidade cognitiva dos envolvidos, mas sempre estaremos diante de um apresentador impaciente com os dois segundos a mais no tempo de resposta, a audiência sintonizando no canal para pegar no sono mais rápido e candidatos achando que o debate vai reverter alguma situação, onde todos já sabem os que vão avançar ao segundo turno.

Nesse contexto, sempre nos deparamos com os candidatos respondendo o que quiser. A pergunta é sobre educação, a réplica é sobre transporte e a tréplica é sobre notebook sem entrada hdmi. Acredito que, diante dessa situação incômoda, o melhor a se fazer é manter a característica non sense dos debates, mas um non sense organizando (algo sem sentido, mas com sentido, sacou?) com especialistas de verdade. O senhor Chico Barney tem muito a contribuir para o bom andamento da versão Lip Sync Eleições 2022 e explicarei como.

Imagina Ciro Gomes dando opiniões com a voz do Fábio Porchat em uma esquete do Porta dos Fundos, Lula com a voz do Chico Barney extraída de um CBU sobre o CLT em reality show Arcrebiano e Bolsonaro com os problemas técnicos da Wanessa Camargo no Programa do Gugu? Além do debate entregar mais ao público nesse formato, teremos mais condições de escolher o melhor candidato à presidência da república. Afinal, com TikTok em alta, é muito mais importante saber fazer uma dublagem do que lidar com a reforma agrária.

Rede Globo, aproveite o investimento que vocês fizeram na compra dos direitos do Lip Sync e expanda à sua grade. Ouvir um diálogo de Roque Santeiro durante um Flamengo x Goiás seria a cereja do bolo. Fica a dica.

2 de ago. de 2022

Balenciaga e seu escritório na cracolândia

 

A moda de ser velho: por que nunca passa?

Eu nunca me importei com a moda, talvez por isso nunca fui convidado para ser capa da Vogue. Minha noção de moda é tão compatível quanto a noção de existência do cantor Conrado, ou seja, não enxergamos o real valor dessas coisas. Sempre achei que Dolce & Gabbana era um duet que se apresentava nos mesmos festivais que o Daft Punk.

Diante da minha limitação ao assunto, não consigo distinguir o que é moda do que não é, de modo que eu aceito como tendência tudo o que os estilistas apresentam nas passarelas. Só que esse meu modo de conceber a moda foi abalado no dia de hoje quando eu me deparei com a chiquérrima marca Balenciaga. Para quem não sabe, Balenciaga é uma marca conhecida pela sua peculiaridade (leia-se pega trouxa) no mundo da moda.

A marca tem em seu portfólio itens como um tênis destruído, uma bolsa inspirada em saco de lixo e brincos de clipe. O morador de rua que se relacionou com a personal trainer estava sumido, mas agora já sabemos que ele está fazendo bico de estilista na Balenciaga. Provavelmente, o escritório da marca fica na “cracolândia” e o próximo produto que está sendo desenvolvido é um colar banhado com pedras de crack. E isso já seria uma ótima solução, porque o nóia rouba pra comprar crack, então quando ele for roubar a madame, é só ela falar que é um colar feito com pedras de crack e ao invés dele roubar, ele vai querer comprar da vítima. Olha que genial!

Outra questão que chama atenção são os valores cobrados pela marca. Artigos que você consegue adquirir no almoxarifado de qualquer empresa, são expostas em prateleiras e vendidas pela Balenciaga à bagatela de R$ 10 mil, deixando uma lição para você, microempreendedor, de como é fácil tirar dinheiro de rico. Algumas outras lições que a Balenciaga passa para obter êxito neste ramo pega-rico-trouxa são: coloque o site em inglês, seu cliente fez Fisk e assistiu todas as temporadas de Friends com legenda em inglês. O público-alvo deles não compra um sapato Balenciaga, ele compra um shoe Balenciaga. Eles também jamais comprarão algo na promoção, isso é muito Riachuelo, compra-se em Sale.

Declarações polêmicas também são importantes. Demna Gvasalia, pessoa com nome estranho e diretor “criativo” da marca, alegou essa semana que as pessoas gostam de um escândalo na moda. Objetivo cumprido! Hoje, a internet faz um escândalo e grita “maluco”, “doido” e “Tirulipa da moda” para ele. No entanto, isso foi pouco ofensivo para ele, o que passou do ponto foi quando alguém o chamou de estilista do Tiago Abravanel. Tudo tem um limite nessa vida!

A Balenciaga me deixou tão confuso que não tenho condições nem de concluir este texto. Vou encerrar por aqui e falar que é o último grito da moda no mundo da escrita. 

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